Como o próprio nome sugere, o crédito de carbono é um tipo de instrumento financeiro, que surgiu para combater as emissões de gases de efeito estufa que impactam diretamente nas questões de mudanças climáticas.
Por isso, os créditos de carbono estão desempenhando um papel muito importante no esforço global para combater as mudanças climáticas, incentivando a redução de emissões. Com isso, contribui para uma transição para economias mais sustentáveis.
Portanto, se você ficou curioso para entender mais o que é o crédito de carbono e como ele funciona na prática, você chegou ao lugar certo!
Abaixo, vamos te contar todos os detalhes sobre esse assunto e tirar algumas das principais dúvidas. Acompanhe!
O que são créditos de carbono?
Como comentamos acima, os créditos de carbono são ativos financeiros e ambientais que surgiram com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Assim, é capaz de ajudar a combater as mudanças climáticas.
Dessa forma, os créditos de carbono representam uma das principais estratégias que estão sendo adotadas em âmbito global para limitar o aquecimento global e mitigar os impactos que estão associados a ele.
Aliás, esses impactos são prejudiciais tanto para nós, seres humanos, como para todo o planeta Terra.
Basicamente, o centro de todo o sistema de créditos de carbono é a abordagem “cap and trade”. É onde se estabelece um limite máximo (cap) para as emissões de GEE em uma determinada área geográfica, setor da economia ou até mesmo para uma empresa.
Esse limite provém de acordo com metas de redução de emissões de gases de efeito estufa estabelecido nos acordos internacionais e nas regulamentações governamentais dos próprios países. Isso significa que ele pode variar ao redor do mundo.
Assim, todas as empresas e organizações que operam com esse limite, recebem uma permissão para emitir uma quantidade específica de GEE, representadas pelos créditos de carbono.
Na matemática desse ativo financeiro, cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2).
Dessa forma, as empresas que tiverem sucesso e conseguirem reduzir suas emissões de GEE abaixo do limite que foi estabelecido, podem vender os créditos de carbono excedentes no mercado financeiro.
Enquanto aquelas que excedem o limite, precisam comprar créditos para compensar as suas emissões excessivas.
A importância dos créditos de carbono na luta contra as mudanças climáticas
Afinal, qual é a importância dos créditos de carbono e qual o seu papel na luta contra as mudanças climáticas?
Os créditos de carbono estão se mostrando altamente eficazes no controle e no combate às mudanças climáticas. E principalmente por incentivarem a redução de emissões de gases de efeito estufa.
Afinal, as empresas possuem um incentivo financeiro para adotar práticas mais limpas e eficientes.
Além disso, os créditos de carbono conseguiram criar um mercado global para a negociação de emissões. Isso permite que os países e as empresas colaborem na redução de uma maneira mais eficaz e organizada.
Por fim, os créditos de carbono desempenham um papel muito importante no que diz respeito ao cumprimento de metas que se estabeleceu em acordos internacionais. É o caso, por exemplo, do Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global a menos de 2°C.
Com isso, ele tem se mostrado uma ferramenta importante para alcançar essas metas.
Portanto, não há como negar que os créditos de carbono representam um mecanismo inovador. Afinal, foi capaz de combinar objetivos ambientais com incentivos econômicos, ajudando a construir, dessa forma, um futuro mais verde e sustentável.
Como funciona o mercado de créditos de carbono?
Essa é, muito provavelmente, uma das dúvidas mais comuns relacionadas aos créditos de carbono. Afinal, o mercado de créditos de carbono é um sistema complexo, que envolve a negociação de permissões para emitir gases de efeito estufa.
Para isso, o processo começa quando um governo ou alguma autoridade reguladora, estabelece um limite máximo de emissões de GEE para uma determinada jurisdição, setor ou empresa.
Com base nesse limite, alocam-se permissões para as empresas, chamadas de créditos de carbono. Elas representam a quantidade máxima de GEE que elas podem emitir durante um período determinado.
Na sequência, parte-se para a segunda etapa, caracterizada pelas tentativas de redução de emissões.
Nessa fase, as empresas que conseguem reduzir suas emissões para abaixo do limite máximo, podem manter os créditos de carbono não utilizados ou então vendê-los no mercado de créditos de carbono para outras empresas, setores e demais atores.
Com essa flexibilidade, é possível incentivar a inovação e a adoção de práticas mais limpas e sustentáveis, pois as empresas podem lucrar com a venda dos créditos que ficaram sobrando.
Então, o mercado de créditos de carbono é o local onde ocorre a compra e venda desses créditos por parte das empresas.
No entanto, esse mercado é bem diversificado e inclui o Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia (EU ETS), o Mercado de Carbono da Califórnia e diversos outros programas regionais e nacionais ao redor de todo o mundo.
Isso quer dizer que não existe apenas um único mercado para a compra e venda de créditos de carbono. Existem diferentes sistemas que servem como um espaço para que essas trocas ocorram.
O Brasil e a sua atuação no mercado de créditos de carbono
E como está o Brasil em toda essa história? Será que temos empresas e setores utilizando crédito de carbono atualmente?
Sim, os créditos de carbono já estão no Brasil. Inclusive, esse é um mercado que está em crescimento, à medida que as mudanças climáticas se tornam cada vez mais evidentes.
Atualmente, o nosso país emite cerca de 5 milhões de créditos de carbono voluntários a cada ano. Isso representa menos de 1% de seu potencial anual.
Além disso, o Brasil abriga cerca de 15% da capacidade global de absorção de carbono por meio de recursos naturais.
Isso significa que temos a capacidade de atender a quase metade da demanda mundial por créditos de carbono até 2030, principalmente graças à nossa preciosa floresta Amazônia.
A Amazônia brasileira é uma jóia de valor inestimável para o combate às mudanças climáticas, representando um terço de todas as árvores do planeta.
Consequentemente, o Brasil é capaz de gerar mais créditos de carbono por meio da conservação das florestas do que qualquer outro país do mundo.
O cenário é ainda mais animador quando consideramos que a demanda global por créditos de carbono deve aumentar bastante nos próximos anos.
As projeções indicam que essa demanda pode crescer 15 vezes ou mais até 2030 e até 100 vezes mais até 2050.
Desse modo, temos a projeção de uma oportunidade econômica incrível para o Brasil, com estimativas sugerindo que os US$1 bilhão em 2021 podem saltar para impressionantes US$50 bilhões ou mais em 2030.
Com isso, o Brasil ocupa uma posição única, desempenhando um papel central no mercado de créditos de carbono e contribuindo para o combate das mudanças climáticas. Ao mesmo tempo que consegue usufruir de benefícios econômicos!